Sabará - MG
Sabará - primeiro povoamento de Minas Gerais - surgiu no final do século XVII, com a busca, pela bandeira de Fernão Dias Paes e seu genro Borba Gato, de esmeraldas da mítica região do sabarabuçu (“montanha resplandecente”) e de outros tesouros sonhados por Portugal. Ao longo do itinerário da expedição, foram criados vários arraiais de mineradores, próximo a Rio das Velhas, onde deságua o Rio Sabará.
O sertanista paulista capitão Matias Cardoso de Albuquerque foi eleito da líder da equipe de vanguarda da Bandeira das Esmeraldas - por Fernão Dias Paes - para preparar o caminho, abrir picadas, implantar roças e locais de pouso. Depois de muito viajar, Albuquerque encontrou um local favorável para as roças, com fonte de água, livre do perigo das enchentes e um ponto de travessia do rio a pé. Assim, Sabará passou a ser um ponto de pousada para a travessia do sertão. Em 1674, chegou à região a bandeira de Fernão Dias Paes, que iniciou o processo de organização urbana dos núcleos mineradores.
O Arraial da Barra do Sabará tornou-se o centro comercial estratégico diretamente ligado à Estrada Real. Em 1711, foi elevado à condição de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, também conhecida por Vila do Sabará. Três anos depois, tornou-se sede da extensa Comarca do Rio das Velhas, uma das quatro primeiras a serem criadas na Capitania das Gerais, abrangendo um território que se estendia até Paracatu e ao Triângulo Mineiro e alcançava os limites com Goiás, Pernambuco e Bahia.
A Vila do Sabará acolheu a Casa de Fundição e, além da atividade mineradora e das funções políticas, fiscais e judiciárias que desempenhava, tornou‐se um grande polo comercial e um dos núcleos de mineração da Província que mais ouro encaminhou à Coroa Portuguesa. Com rios e lavras riquíssimos, houve época em que os trabalhos de garimpagem ocupavam milhares de escravos. Em 1822, Sabará contribuiu com significativa importância em dinheiro e voluntários para a luta pela Independência.
Elevada à categoria de cidade em 1838, nesse período foi dividida em Cidade Velha (onde se encontram as igrejas de Nossa Sra. do Ó e Nossa Sra. da Conceição) e Cidade Nova (área que abrange o centro histórico e a parte baixa em direção ao rio). Sua economia permaneceu estável devido à exploração do ouro por companhias estrangeiras, à chegada da ferrovia e ao desenvolvimento dos setores agropecuário, de saúde e educação.
Em 1921, a instalação da Companhia Siderúrgica Belgo‐Mineira converteu-a em centro industrial, desencadeando um processo de expansão e modernização que afetou a paisagem urbana herdada do período colonial. No entanto, mantiveram-se preservadas quase todas as suas edificações religiosas, como a Igreja de Nossa Sra. do Carmo, que reúne várias obras de Aleijadinho, e parte do casario séculos XVIII e XIX. Os primeiros tombamentos do patrimônio cultural de Sabará ocorreram em 1938 e 1945.